Ficha de Lise Tominaga

Eu nasci em 1928 no Japão. Fui abandonada meses depois que nasci e vive até os 3 anos em um orfanato, quando fui adotada. A raiva de ser abandonada passou aos meus 15 anos quando, em uma noite, uma mulher bateu em minha porta dizendo ser minha tia. Explicou que meus pais me abandonaram por eu ter uma doença rara de despigmentação no cabelo. Meu cabelo sempre foi prateado, e numa sociedade tão exigente como a do Japão meus pais não podiam ter uma filha tão diferente, ainda mais por meus pais serem ricos. Disse também que minha mãe morreu há poucos anos, e que apesar deles nunca terem contato direto comigo sempre pediam informações aos meus pais adotivos. Quando ela estava indo embora, me entregou uma carta de meu pai. Na carta dizia que meu ele estava servindo ao exercito por causa da guerra que estava acontecendo. Dentro do envelope tinha uma foto atual dele e uma mais antiga de minha mãe. Naquela mesma noite resolvi achá-lo. Fugi de casa e fui me voluntariar para o cargo de enfermeira na guerra, torcendo para encontrá-lo. Passaram-se algumas semanas, e nada de achar um homem semelhante ao da foto. Cheguei aos meus 16 anos e fui promovida para trabalhar também no periodo da noite. Tempos depois desisti de encontrá-lo, pois aquele emprego estava me assustando. Assim que pudesse voltaria para a casa de meus pais. Eu ficava apavorada nos períodos noturnos, todo mundo comentava que estava acontecendo algo estranho por ali. Corpos apareciam sem uma gota de sangue e eram sempre encontrados pela manhã. Eu me lembro bem. Passava pelas camas, verificando se todos estavam bem. Toda vez que trabalhava no turno da noite, meu coração acelerava de medo. Mas aquela noite eu ouvi barulhos em vários lugares e vi vultos por todos os lados, e então resolvi me esconder perto da portaria. Foi quando senti algo muito forte me prendendo pelos ombros e em seguida algo queimando em meu pescoço. Gritei muito e felizmente um soldado ouviu e correu ao meu encontro, fazendo aquilo que me prendia me jogar no chão e fugir. Fugi dali me sentindo estranha. Descobri o que tinha virado e não gostei, minha vontade de voltar para casa já não era mais possível. Eu podia me descontrolar, ferindo não só meus pais como qualquer outra pessoa. Então saí vagando, tentando achar algum lugar que eu me sentisse normal, aceita. Demorei até encontrar algo semelhante ao que tinha virado. Demorei até encontrar vampiros.